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Mulheres no mundo da mecânica

A grande presença das mulheres no mundo automobilístico tem aumentado cada dia mais conforme o passar dos anos, deixando de lado toda a questão imposta pela sociedade de que o mundo da mecânica é só para homens.


As mulheres estão cada vez mais independentes e em busca dos seus direitos pela igualdade na sociedade e procuram saber sobre assuntos que só interessavam o mundo masculino, assim mostrando que também são capazes.

Na graduação, os cursos de engenharia mecânica, são procurados muitas vezes por homens, porém a procura do curso pelo público feminino vem aumentando e ocupa o 7º lugar, quebrando todos os sensos comuns.

Além do crescimento na compra de veículos por mulheres, também teve um grande crescimento de mulheres com carteira de motorista, quebrando todo o preconceito e mostrando que mulheres também podem dirigir. Porém, mesmo com esse avanço do público feminino no mundo da mecânica, ainda existem muitos preconceitos e barreiras impedindo mulheres de seguirem os seus sonhos.

A auxiliar administrativa em uma concessionária, Michele Ribeiro, de 31 anos, explica que foi no final do Ensino Médio que decidiu atuar nessa área e a dificuldade que sofre para atuar em Mecânica. "Atualmente, para uma mulher ocupar o cargo de mecânica dentro de oficinas, é exigido cursos profissionalizantes e ter experiência profissional, para assim, demonstrar sua competência e conseguir ser contratada. O público masculino, consegue exercer essas oportunidade nas oficinas sem passar por cursos ou até mesmo sem ter uma experiência profissional. Hoje em dia, na equipe da concessionária onde eu trabalho, temos uma equipe apenas de duas moças e uma das moças sou eu, e o resto da equipe é composta por cinquenta homens, o que nos mantém em desvantagem e tivemos que lutar muito para conseguir entrar. O salário para os nossos colegas de trabalho homens, comparado com o meu e o da minha colega de trabalho, era um valor muito pequeno e eles tinham a mesma função que nós duas dentro do ambiente de trabalho. Desde a minha adolescência eu procurava por uma vaga de emprego e encontrei o preconceito mascarado, por muitas vezes as respostas serem do tipo "É muito pesado, coitada, ela não vai conseguir" "Ela vai se machucar" mas, mesmo com essas respostas eu nunca desisti do que eu realmente queria exercer na minha profissão e continuei procurando por vagas em que eu sabia que tinha capacidade de finalizar. Eu senti muitas vezes que o mundo da mecânica era totalmente liderado por homens e conseguir lutar pelo que eu realmente queria iria ser muito difícil, mas, nunca desisti."

Assim, como a história de Michele, outras milhares de mulheres que estão a procura de seus sonhos e antes de conquistar seus objetivos e respeito em sua profissão, passaram por muitas dificuldades e passaram por cima também da desigualdade para conseguir chegar onde tanto desejavam.


Thaís Roland, tem 38 anos, atua na área de mecânica automotiva e conta o preconceito que passou em seus ambientes de trabalho e porque a sociedade ainda é machista.

"Mesmo com uma grande evolução do público feminino na mecânica, ainda temos que passar por várias situações para provar que também somos capazes de exercer essa profissão. O público feminino para conseguir entrar em uma vaga de mecânica em uma oficina, tem que explicar mais ou menos umas 10 vezes o motivo de estar escolhendo realmente essa profissão e só assim, ou ao menos tentar garantir o seu espaço. No meu curso de Senai, os professores tentavam me acolher um pouco mais do que os próprios alunos, eu sofri muito preconceito em sala de aula, pelo fato de ser a única menina da turma, então a convivência com o resto da classe sempre foi muito difícil e mostrar que eu também era capaz de estar ali, era uma dificuldade bem maior. No meu ambiente de trabalho eu perdia atendimento de clientes, diariamente, pois os clientes, na maioria deles homens, não aceitavam que uma mulher consertassem o seu carro. No meu último emprego, ocorreu a minha demissão por conta de um cliente que não queria ser atendido por mim e disse que meu lugar não era ali, o dono da oficina imediatamente levou em consideração a opinião do cliente e acabou me demitindo. O apoio da minha família com essa minha decisão sempre foi muito dividido, pois o meu pai até hoje não aceita essa minha escolha na minha profissão, já minha mãe, sempre me apoiou." "Nós somos fortes e eu acredito que iremos conseguir chegar onde desejamos, a igualdade na nossa sociedade" declara Thaís.


Assim, apesar de muita luta ao passar dos anos, ocorre um grande reconhecimento de mulheres na mecânica. Ainda há muitas restrições nessa área de trabalho, mas o público feminino vem procurando soluções para romper essas barreiras e conquistando aos poucos a igualdade na sociedade. Entretanto, mesmo com essas dificuldades sempre tem algum benefício, a realidade do público feminino conseguir se posicionar e mostrar que também são capazes de realizar as mesmas atividades que os homens.


Fontes: Ocdoabc | Revista Donna | Catraca Livre | Globo


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