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Mulher ganha visibilidade no mundo agrário, mas ainda sofre com preconceito

Uma em cada três mulheres no agronegócio estão em cargos de gestão, aumento é significativo no setor

Nas últimas décadas, as mulheres avançaram em vários setores que são predominantemente masculinos, inclusive no agronegócio. Elas ainda são minoria, mas a cada ano aumenta o número de mulheres que enfrentam o desafio de atuar no setor.

Um estudo da FAO, órgão das Organizações das Nações Unidas (ONU) de 2013, mostra que de 100 agricultores no Brasil, 13 são mulheres. Este mesmo levantamento traz que o percentual de mulheres responsáveis por atividades agropecuárias na América Latina e Caribe tem crescido nos últimos anos, e segundo pesquisas estudantis, cresce também o interesse feminino por cursos técnicos, profissionalizantes e de graduação na área rural, e consequentemente, o surgimento de grupos, congressos e workshops por mulheres que herdaram ou entraram para empresas da família e por mulheres que buscam oportunidade na área por amor ao campo.

A maioria das mulheres que escolhe o agronegócio vem de famílias ligadas ao setor. Entretanto, não é apenas no campo que elas estão dominando. Atualmente, a figura feminina tem importante papel nos estudos e pesquisas, já que estão presentes em 31% dos cargos de gestão e diretoria em grandes empresas do setor no Brasil.

Especialistas dizem que esse fato é um fenômeno, pois é a maior porcentagem já registrada na área, além de deixar o setor mais diverso, com opiniões diferentes das já apresentadas pelas pessoas que estão há mais tempo na área.

Em pesquisa encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio para antecipar o Censo Agrário que está atrasado por cortes no governo, tópicos de muita relevância foram constatados para mulheres que tem interesse de entrar no ramo, além de ser um ganho para mulheres que se sacrificam e se qualificam todos os dias para serem reconhecidas e aumentar ainda mais a porcentagem de mulheres nos cargos de liderança.

Fonte dos dados: Pesquisa Todas as mulheres do Agronegócio, da ABAG

Mesmo com toda essa expansão no agronegócio feminino, vemos que a questão do preconceito em si ainda é pouco discutida, segundo a pesquisa, 71% das mulheres já sofreram algum tipo de discriminação por ser mulher, seja com um espanto por ser uma mulher a frente de uma propriedade, e até duvidarem da sua competência para estar exercitando tal função.

Em entrevista com Diego Rosemberg, monitor de mídia da empresa Dow Agro, ele afirma que o maior ganho tem sido justamente na diversidade e ver outros olhos observarem o agronegócio. Questionado sobre o preconceito com mulheres em cargos de comando no agronegócio, ele diz “Preconceitos são os mesmos de outras áreas, pois para muitos homens o lugar da mulher é na cozinha e esperar o marido com a comida feita. Para muitos homens, as mulheres não sabem de nada e é difícil para eles lidar com uma mulher no comando”. Ainda assim, o entrevistado é otimista com relação ao futuro: “Espero um crescimento significativo, pois tem sido tendência o aumento da presença feminina no agronegócio. Acredito numa participação ainda mais ativa”.

Fontes: Associação Brasileira do Agronegócio | AgroMulher | Globo Rural | Cana Online | O Estado de São Paulo


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