top of page

Empreendedorismo feminino e a mulher mundo dos negócios

O empreendedorismo feminino no Brasil vai crescer de forma extraordinária, pois há muito espaço para isso, uma vez que a maioria da população brasileira é feminina e está se preparando para isso.

A presença feminina no mundo dos negócios está ocupando cada vez mais espaço. As mulheres estão em uma luta diária para quebrar barreiras, estereótipos, dificuldades e preconceitos que ainda existem no mercado de trabalho e no meio profissional, para realizar seus sonhos e conquistar âmbito nos negócios. A mulher empreendedora é um símbolo do empoderamento feminino que veio desfazer famosos estigmas atribuídos ao sexo feminino.

O empreendedorismo feminino apresenta maior taxa de sobrevivência, as mulheres atuam de forma mais eficiente na execução e no planejamento e tarefas, consideradas melhores gestoras. Segundo pesquisas do SEBRAE Nacional, nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países. E atualmente, cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher. Porém, mesmo essas estatísticas sobre o avanço feminino no mundo dos negócios, na prática ainda é visível o sexismo enraizado e difundido em nossa sociedade.

Letícia Lyra possui 20 anos de experiência em relações públicas, e no final de 2014 decidiu empreender, junto a dois amigos deu início à agência de comunicação Talquimy. “Eu sou de relações públicas, sempre trabalhei em grandes agencias de RP e quando fui para Nova Iorque trabalhar na sede fiquei vendo outras formas de abordagem e outras linhas de estratégias nessa área de comunicação. Voltei para o Brasil com a sensação de que aqui a gente ainda estava fazendo algo ultrapassado, e como a gente gostaria de trabalhar num lugar tivesse tal visão de negócios. Veio certa coragem e falamos: por que a gente não faz isso? Fica aqui só lamentando que não exista uma empresa que faça de tal forma, então porque que a gente não faz dessa forma.

Eu senti que o mundo da liderança empresarial é totalmente dos homens. Parece que pra você ser empreendedor precisa ter coragem e que só homem tem coragem. Tinha muita dificuldade desde conversas financeiras, com o banco, ou com um consultor de tecnologia. Cansei de ir a reuniões onde a pessoa está olhando somente pra ele (sócio) e não olhando pra mim. Aconteceu de eu estar em uma reunião falar alguma coisa, ninguém prestar atenção, e 2 minutos depois um homem falar como se ele que tivesse tido a ideia e todo mundo achar incrível, de ninguém me deixar terminar de falar, ficar interrompendo o tempo inteiro, de falar que está de TPM quando você está séria, já me aconteceu de tudo...” Conta Letícia o porquê de ter decidido empreender, e sua experiência enfrentando os preconceitos que existe dentro do mercado de trabalho.

Assim como Letícia, outras milhares de mulheres são empreendedoras, e antes de conquistar respeito tiveram que passar por cima dos estereótipos que o mundo, machista, dos negócios estabelece. Juliana Mattos é coach em empreendedorismo, e explica o porquê desse preconceito ainda ser predominante.

“Apesar de haver um reconhecimento do empreendedorismo feminino, há estereótipos no mercado de trabalho que perseguem as mulheres e que exigem um enfrentamento. Ainda existem muitas restrições em determinados nichos de mercado de trabalho. Talvez por isso, a mulher acaba atacando mais os nichos que permeiam o universo feminino. Existem mulheres que buscam romper essas barreiras, mas estas ainda não ocupam, quantitativamente, todos os espaços de maneira significativa. A mulher, hoje, tem um lugar na mesa, mas ainda não vira essa mesa. A maior dificuldade que a mulher enfrenta é a cultura machista, pois demanda muita energia para provar o valor e a qualidade do seu trabalho. Entretanto, desta dificuldade vem um grande benefício, a possibilidade de se posicionar e se colocar como competente para realizar qualquer atividade, garantindo o seu espaço nesse universo empreendedor.”

Independente de que o homem ainda ocupe maior espaço no mercado de trabalho, e no meio empreendedor, o empreendedorismo feminino está sendo cada vez mais reconhecido. Em 2014 a ONU lançou em Nova York O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, e no Brasil essa data é apoiada pelo Sebrae e o instituto Endeavor . Tornou-se tendência e uma grande oportunidade atualmente, em meio às condições do nosso país, para a mulher que quer mudar de profissão, conseguir uma renda extra ou realizar o antigo sonho de ser dona do próprio negócio.

“O empreendedorismo feminino no Brasil vai crescer de forma extraordinária, pois há muito espaço para isso, uma vez que a maioria da população brasileira é feminina e está se preparando para isso. O empreendedorismo deve ser incentivado, pois acredito que esse é o caminho para um futuro decente para o país, uma vez que o empreendedorismo dá oportunidade para as pessoas se posicionarem, crescerem e se desenvolverem. Justamente pelo fato da realidade machista ainda estar presente no mercado, é de extrema importância o empreendedorismo feminino como ferramenta de combate a essa cultura e reforço da qualidade do trabalho da mulher. Existe uma onda de fortalecimento da figura da mulher diante da sociedade que cria uma segurança nas mulheres para que penetre em espaços antes ocupados apenas por homens, o que se confirma com inúmeros casos de mulheres empreendedoras de sucesso e com o crescente número de mulheres iniciando seus negócios.” Aposta Juliana, e ainda cita a frase “A gigante acordou” em relação ao empoderamento feminino que adquiriu mais força recentemente.





Fontes: GV Pesquisa | Folha Uol | Sebrae São Paulo | Fiesp

bottom of page